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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Após AVC, brasileiro passa a doar dinheiro e alimentos compulsivamente

Do UOL, em São Paulo

Um homem brasileiro desenvolveu uma generosidade patológica após ter sofrido um AVC (acidente vascular cerebral). Ele começou a dar dinheiro, alimentos e bebidas em excesso para pessoas necessitadas depois que o acidente afetou parte do cérebro relacionada à reflexão e tomada de decisão.
O caso foi estudado por pesquisadores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) que concluíram que a generosidade excessiva e permanente do homem de 49 anos foi causada por uma hemorragia no cérebro após o AVC. O estudo foi publicado na revista Neurocase.
Os médicos foram capazes de identificar que o acidente ocorreu na região subcortical do cérebro do homem. No entanto, segundo os especialistas, saber o local exato do acidente não ajuda a prever mudanças no comportamento ou personalidade.
Dr. Larry Goldstein, neurologista e diretor do Centro de AVC da Universidade de Duke, afirmou ao Huffington Post que o caso era bastante particular. "Embora a mudança de personalidade não seja incomum entre os pacientes que sofreram o acidente, este caso em particular é aparentemente novo. O AVC pode causar uma variedade de alterações neuropsicológicas e comportamentais", delarou.
Ele também acrescenta que a depressão é a mudança emocional mais comum entre os pacientes que sofrem danos cerebrais causados pela baixa oferta de oxigênio. O AVC também é conhecido por causar risos e choros incontroláveis ou síndrome de negligência, em que o paciente não é capaz de reconhecer um lado do campo visual.
Estudos anteriores já indicavam que certas estruturas cerebrais, incluindo a região que registra a recompensa, estavam envolvidos com casos de generosidade, como a satisfação de fazer uma doação anônima. Os pesquisadores acreditam que a condição do homem pode ajudar a entender a relação entre o ' altruísmo e egoísmo ", que são cruciais para a tomada de decisão.
Segundo a esposa, o homem gasta o dinheiro com comida e bebida para as crianças na rua e foi incapaz de retomar o seu trabalho em uma grande empresa após o AVC.
Quando questionado pelos pesquisadores se gostaria de voltar ao trabalho, ele afirmou que já tinha trabalhado o suficiente e que era hora de "aproveitar a vida que é muito curta". O homem também disse aos médicos que estava ciente das mudanças em seu comportamento e alegou que "viu a morte de perto" e queria ser uma pessoa melhor desde então.
Outros traços de comportamento generoso têm sido associados a pessoas com demência e doença de Parkinson, mas o paciente não apresentou sintomas dessas condições.
O homem relatou que estava deprimido, com problemas de memória e incapaz de se concentrar, mas esses sintomas são associados com danos no lobo frontal do cérebro.
A tomografia computadorizada mostrou baixo fluxo sanguíneo em várias regiões do cérebro, incluindo as áreas do lobo frontal. Para os pesquisadores, como as regiões estão ligadas por caminhos neurais, uma interrupção nesses sistemas pode ter contribuído para as mudanças de personalidade.
Depois te tomar medicamentos para tratar a depressão, o paciente se sentiu curado depois de dois anos, mas sua generosidade não foi alterada.

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