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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Tributação sobre gasolina poderia reduzir passagens de ônibus em 68%

Tributação sobre gasolina poderia reduzir passagens de ônibus em 68% 
 
Um estudo concluído pela FGV ao final de setembro mostrou que a volta da diferenciação tributária entre gasolina e etanol, ativa no Brasil até o ano de 2007, teria potencial hoje para reduzir a tarifa do transporte público em até 68%. 
Sob a coordenação do pesquisador Samuel Pessôa, a publicação encomendada pela Unica (União das Indústrias de Cana-de-açúcar) aponta que aumentar o imposto sobre a gasolina poderia reduzir a inflação, em caso de se aplicar a arrecadação em benefícios sociais, como o transporte público. Pelas estimativas, um tributo de R$ 0,10 por litro do combustível fóssil reduziria a passagem de ônibus em 13,96%, diminuindo o IPCA em 0,22%. Com um imposto de R$ 0,50 por litro, a redução do preço da passagem passaria para 68% e faria o IPCA despencar 1%.
“Além de gerar queda no índice de inflação e reduzir o custo do transporte público sem impactar o orçamento dos municípios, a medida elevaria a arrecadação de ICMS em todos os estados brasileiros e reduziria as despesas para famílias de renda mais baixa, que dedicariam parcela menor de sua renda para se locomover. Seria uma contribuição importante para a melhora na distribuição de renda do país", avaliou a presidente da Unica, Elizabeth Farina. 
Meio ambiente

Além da questão econômica, a tributação sobre a gasolina, que incentivaria o uso do etanol, seria uma alternativa sustentável do ponto de vista ambiental. O uso do etanol reduz em até 90% a emissão de gases que provocam o efeito estufa, o que melhoraria a qualidade do ar dos grandes centros consumidores. Dados do Instituto Saúde e Sustentabilidade revelam que 4,6 mil pessoas morrem por ano por conta da má qualidade do ar na capital São Paulo, número três vezes maior que o de mortes no trânsito na cidade, por exemplo, que por ano vitima 1,5 mil pessoas. 
“Ouvimos sempre com muita naturalidade que o cálculo a ser feito na hora de abastecer o carro é o dos 70%, ou seja, o etanol não deve custar mais do que 70% do preço da gasolina. Só que esse cálculo não leva em conta os danos ambientais severos causados pelo aumento no uso da gasolina e diminuição no uso do etanol, principalmente nas grandes cidades,” atenta a presidente da Unica.
Tributação

A Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) era recolhida sobre a gasolina até 2007 na proporção de R$ 0,28 por litro. Depois daquele ano, o imposto regulatório passou a ser usado para congelar o aumento dos preços da gasolina e do diesel. A partir de então, a CIDE acabou sendo reduzida ao passo que aumentos nos preços dos combustíveis fósseis eram autorizados para a Petrobras, evitando repasse de preços aos consumidores. Em 2012, finalmente, a Cide foi zerada. A Unica reprova o fato de o etanol, durante o mesmo período, não ter tido qualquer tipo de subsídio, fazendo com que o biocombustível perdesse competitividade. 
No começo de 2013, o governo desonerou o setor sucroalcooleiro no PIS/Cofins sobre o etanol em R$ 0,12 por litro, o que repôs parcialmente o imposto retirado da gasolina.

Fonte: ruralcentro.uol.com.br

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