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quinta-feira, 27 de março de 2014

BABÁ É SUSPEITA DE MATAR BEBÉ QUE CHORAVA NO RIO DE JANEIRO

'Coração saindo pela boca', desabafa pai de bebê assassinado no Rio

'Pedindo forças porque tenho outro filho para criar', disse Luiz Soares.
Caso ocorreu no Morro de São Carlos; suspeita teria pisado na criança.

Cristiane Cardoso, Alba Valéria Mendonça e Daniel Silveira Do G1 Rio
O pai do bebê de 7 meses morto no Morro do São Carlos, no Estácio, no Centro do Rio, aguardava por volta das10h desta quarta-feira (26), no Instituto Médico-Legal, também no Centro, a liberação do corpo da criança. A babá dele foi presa suspeita do crime. Muito abalado, Luiz Henrique Soares dos Santos, de 24 anos, disse ao G1 que está "com o coração saindo pela boca" desde que recebeu a notícia da morte do filho. O bebê foi enterrado na tarde desta quarta, no cemitério do Catumbi, Centro.
Enterro de Paulo Henrique Cesário, de 7 meses, assassinado no morro do São Carlos (Foto: Rafael Moraes/Agência O Globo)Enterro de Paulo Henrique Cesário, de 7 meses, assassinado no morro do São Carlos (Foto: Rafael Moraes/Agência O Globo)
O bebê Paulo Henrique Cesário dos Santos foi morto na noite de terça-feira (25). Suspeita de matar a criança, a babá Ingrid de Carvalho Cristiano, de 20 anos, foi presa em flagrante e levada para a 17ª DP (São Cristóvão). De acordo com a polícia, ela teria confessado o crime e justificado que "não aguentava o choro" da criança. Ingrid foi autuada por homicídio doloso qualificado — quando há intenção de matar e por motivo fútil.
"Estou pedindo forças porque tenho outro filho para criar. Ele é muito apegado ao irmão e tem só três anos", desabafou. De acordo com Luiz Henrique, Ingrid é vizinha da família e cuidava do bebê havia quatro meses.
“Ela era conhecida de longe. Foi indicada pela colega da minha esposa como babá. Ela olhava outras crianças na casa dela. Ela morava perto da minha casa, era vizinha", afirmou o pai, acrescentando que a mulher, Natalie Fernandes Cesário, de 31 anos, está "inconsolável".
O enterro de Paulo Henrique Cesário dos Santos será às 14h30 desta terça-feira no Cemitério do Catumbi, no Centro do Rio.
Luiz Henrique Soares dos Santos, de 24 anos, aguarda a liberação do corpo do bebê Paulo Henrique Cesário dos Santos no IML. (Foto: Alba Valéria Mendonça / G1)Luiz Henrique Soares dos Santos, de 24 anos,
aguarda a liberação do corpo do bebê Paulo
Henrique Cesário dos Santos no IML
(Foto: Alba Valéria Mendonça / G1)
Rosto inchado
De acordo com o pai, o bebê Paulo Henrique já havia aparecido com o rosto inchado há dois meses. No entanto, o filho de 3 anos contou aos pais que a criança havia caído da cama. “Como meu filho mais velho me disse que ele tinha caído da cama, a gente achou que ele tinha caído mesmo, nós acreditamos. Ele [irmão da vítima] estava com ela porque estava de férias na creche”, declarou.
Luiz Henrique disse que espera agora que a "justiça seja feita". "A vida vai ser difícil, foi tudo planejado [o bebê]. Infelizmente, vamos tocar nossa vida porque tenho outro bebê para tomar conta. Tenho que viver com isso. Com o tempo a gente vai se acostumando. Deus queira que a justiça seja feita. Deus é maior", lamentou.
Ingrid de Carvalho Cristiano, de 20 anos, foi presa e levada para a 17ª DP (São Cristovão). (Foto: Daniel Silveira / G1)Ingrid de Carvalho Cristiano, de 20 anos, foi presa
e levada para a 17ª DP (São Cristóvão)
(Foto: Daniel Silveira / G1)
Filha teria delatado mãe
O servente de obras Luiz Henrique Soares contou que a família ficou sabendo das agressões ao bebê pela própria filha de Ingrid, de 4 anos, quando já estavam no corredor do Hospital Central da Polícia Militar. Duas senhoras ouviram a menina e, segundo Luiz, contaram à polícia.
"Quando voltou do trabalho, minha mulher foi pegar a criança e encontrou o Paulinho muito molinho. A Ingrid disse que ele estava doente, que deu um banho nele e botou a criança para dormir. Minha mulher correu com ele para o hospital e ela foi junto. No corredor, a filha dela contou que a mãe tinha ido a uma festa, queria dormir e o bebê estava chorando. Aí ela foi, colocou ele no chão e pisou no peito e no pescoço do bebê", contou o pai.
Luiz contou ainda que Natalie já tinha pedido para ser demitida pra ficar em casa cuidando do bebê. Luiz disse ainda que o casal tinha que trabalhar porque está construindo uma casa para sair da casa dos pais, no Morro de São Carlos.
O casal pagava R$150 para Ingrid tomar conta do bebê. "Jamais pensei que ela fosse fazer uma coisa dessas com meu filho. Nunca imaginei. Agora, só quero a justiça seja feita. Acredito até que pode ter machucado outras crianças", disse o pai do bebê.
Natalino Cesário, avô do bebê, ainda muito abalado disse na manhã desta quarta-feira (26), ao acompanhar o genro no IML, que "a ficha ainda não caiu" e que ainda não sabe como vai explicar ao neto mais velho, Pedro, de 3 anos, que o irmão morreu.
"Saio todo dia para passear com meu netinho Pedro. Como o Paulinho era de colo, saía menos. Ele era chorão mesmo, mas era um bebê. Bebê tem de chorar, mesmo. Sempre dizia que nasci, construí minha casinha, cuidei do terreno para abrigar os filhos e que um dia seria enterrado ali pelos meus netos. Mas, infelizmente, sou eu que estou enterrando meu netinho", lamentou o avô.
Suspeita  teria confessado
De acordo com a PM, Ingrid Carvalho Cristiano confessou o crime na 17ª DP, onde o caso foi registrado. Ela foi presa por policiais militares do 4º BPM (São Cristóvão). De acordo com a polícia, Ingrid teria jogado a criança no chão e, em seguida, dado cotoveladas e pisado em seu pescoço. Ainda segundo a PM, ela alegou que estava cansada de ouvir o choro do bebê.
Dezenas de curiosos se aglomeravam na porta da unidade policial na manhã desta quarta e gritaram "assassina", quando a suspeita saiu do local. Ingrid não esboçou reação e não quis falar sobre o crime. Da delegacia ela foi levada para o Instituto Médico-Legal para exames de corpo de delito. Em seguida, ela deve ser encaminhada para o sistema penitenciário do estado.
Conforme as informações da PM, após o crime, a mãe do bebê e a suspeita levaram, juntas, o corpo de Paulo até o Hospital Central da Polícia Militar (HCPM). Da unidade, ambas foram levadas para a delegacia para prestarem depoimento.

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