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sexta-feira, 25 de abril de 2014

Polícia prende quadrilha suspeita de vários homicídios em São Luís


Entre os crimes mais recentes, estão o do comerciante Marcone da Costa, no Residencial Paraíso, e do vendedor de frutas Domingos Pereira.


Uma operação realizada ontem por policiais da Delegacia de Homicídios, Polícia Interestadual (Polinter) e do 16° Distrito Policial, sob o comando da Superintendência da Polícia Civil da Capital (SPCC), conseguiu desarticular uma quadrilha composta por integrantes da facção criminosa Bonde dos 40, suspeita de cometer vários homicídios na Região Metropolitana de São Luís, e de comandar o tráfico de drogas. O líder seria Ivanilton Madeira Viegas, o Pikachu, que ainda está foragido. O bando está sendo acusado pelo assassinato do comerciante Marcone da Costa Pereira, de 38 anos, morto com vários tiros na porta do seu estabelecimento comercial, no Residencial Paraíso, no dia 15 de abril, e a execução com três tiros na cabeça do vendedor de frutas Domingos Pereira Coelho, o Laranjeiro, de 57 anos, quando estava em sua banca, na Avenida Colares Moreira, no São Francisco.
A quadrilha foi apresentada à imprensa no auditório da Secretaria Estadual de Segurança Pública, na Vila Palmeira, na tarde de ontem. Os presos foram identificados como Jadson Rosa Câmara, o Alemão, de 20 anos, Gean Araújo Pereira, de 20 anos; Luís Antônio Pavão Ferreira, o Limpal, de 23 anos; José Ivan Silva Câmara, de 23 anos, e Carlos Jorge Furtado Rodrigues, de 21 anos.
A delegada-geral da Polícia Civil, Maria Cristina Resende Meneses, explicou que todos os conduzidos foram autuados em flagrante por formação de quadrilha, inclusive José Ivan Silva Câmara, que foi baleado em confronto com os policiais, que também foi autuado por tentativa de homicídio em decorrência da troca de tiros com a polícia durante a prisão. Cristina Meneses informou ainda que o grupo é apontado como autor dos dois homicídios ocorridos no dia 15 de abril. Eles já tinham atentando contra a vida de Marcone da Costa no dia 1° de janeiro deste ano. Eles são apontados, também, como autores da morte de Adriano Sodré Pinheiro, de 28 anos, no dia 31 de março deste ano. “Até o momento, a quadrilha confessou que participou de quatro homicídios na área da Vila Embratel. Provavelmente eles estão envolvidos com a morte de um comerciante, ocorrida este mês, na Liberdade”, disse a delegada-geral.
Além de Maria Cristina Meneses, estavam na coletiva o subdelegado-geral da Polícia Civil, Marcus Affonso; o superintendente da Superintendência da Polícia Civil da Capital (SPCC), Katherine Chaves; os delegados da Polinter, Paulo Márcio Tavares; da Homicídios, Jeffrey Furtado; e do 16° Distrito Policial, Danilo Veras.
A prisão - Ainda na madrugada de ontem, os policiais civis, com apoio dos integrantes do Grupo Tático Aéreo (GTA), se deslocaram para o bairro Piancó. O delegado Paulo Márcio Tavares disse que os policiais estavam de posse dos endereços dos conduzidos e as prisões foram feitas em suas casas. Apenas um deles, José Ivan Silva, tentou reagir à prisão e foi baleado na perna e levado para o hospital municipal Djalma Marques, Socorrão I, no Centro.
Todos os conduzidos foram encaminhados para o 16° Distrito Policial, na Vila Embratel, onde Gean Araújo afirmou que Pikachu tinha sido o autor dos disparos que vitimou o Laranjeiro e o comerciante Marcone da Costa. Ele afirmou ainda que Carlos Furtado Rodrigues seria o homem responsável em fornecer armas para a quadrilha.
Investigação - O delegado da Homicídios, Jeffrey Furtado, informou que, primeiramente, foi observada a coincidência dos modus operandi realizada pela quadrilha nos dois homicídios que tiveram como vítimas Domingos Coelho e Marcone Pereira. “As duas mortes no mesmo dia e com características de execução em um curto espaço de tempo, ou seja, menos de duas horas de um crime para o outro”, frisou.
Furtado afirmou ainda que as vítimas eram parentes de presos mortos na rebelião, ocorrida no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pedrinhas, no dia 17 de dezembro de 2013, motivada por disputa de liderança da facção do Bonde dos 40. Um dos mortos foi o irmão de Marconi Pereira, o detento Irismar Pereira, o Uroca, morto com mais de 80 golpes de chuço.
Ele cumpria pena por homicídio, depois de ter assassinado a tiros o motorista da Taguatur Ronielson Lima Pinheiro, de 28 anos, o Roni, na parada final da linha do coletivo Residencial Paraíso. O acusado chegou a contratar o próprio sobrinho, Wesley Dutra Moraes, de 19 anos, o Jameca, por um valor de R$ 2,5 mil para matar o rodoviário.
A outra vítima dessa rebelião foi o filho de Domingos Coelho, o interno Diego Michael Mendes Coelho, de 21 anos, que foi decapitado. O filho do Laranjeiro estava preso em Pedrinhas desde 23 de julho de 2013, depois de ter sido capturado em uma residência, localizada no Conjunto Paranã, área do Maiobão, reunido com mais dois integrantes de uma organização criminosa.
O delegado também informou que Diego Michael possuía dívidas com traficantes e, após a sua morte, passaram a cobrar o pai. Pessoas que conviviam com o vendedor de frutas disseram que, na cobrança mais recente, ele teria afirmado, em tom de indagação, que como morto poderia pagar dívida e sempre que bebia dizia que um dia vingaria a morte do filho.
Após esse levantamento feito pelas equipes da Delegacia de Homicídios e do 16° DP, dois moradores da Vila Embratel apontaram Ivanilton Madeira e Luis Antônio Ferreira, o Limpal, como os principais suspeitos pela morte do comerciante Marcone Pereira. No dia 15 de abril, primeiramente a quadrilha executou o comerciante, e logo em seguida, foi à casa de Pikachu, na Liberdade, onde tiveram uma reunião. Após isso, executaram o vendedor de frutas. De posse dessas informações, o delegado do 16° DP, Danilo, solicitou a juíza da 3° Vara do Tribunal de Júri, Kátya Coelho, a prisão dos envolvidos.

Os presos

Jadson Rosa Câmara - Conhecido como Filho de Alemão. Contra ele, havia dois mandados de prisão em aberto. Um expedido pela juíza Katya Coelho Dias, da 3ª Vara Criminal, por um homicídio ocorrido no dia 19 de novembro de 2013, que vitimou Luís Carlos Castelo, de 24 anos. O outro mandado foi expedido pelo juiz Ernesto Guimarães Alves, pela tentativa de homicídio praticada no dia 1º de janeiro deste ano, que vitimou Marcone da Costa Pereira.
Gean Araújo Pereira – Contra ele pesa o crime de tentativa de homicídio contra Marcone da Costa Pereira.
Luis Antônio Pavão Ferreira - Conhecido como Limpal. Ele foi preso na Rua da Vitória, no Piancó. Contra ele, há um mandado de prisão pela morte de Luís Carlos Castelo. Ele já foi preso também por tráfico de drogas
José Ivan Silva Câmara – Tinha um mandado de prisão pela morte de Luís Carlos Castelo. Além de um mandado de prisão expedido em setembro de 2013, pela prática de outro homicídio. Ele trocou tiro com a polícia, acabou baleado na perna e foi encaminhado ao Socorrão I. Depois foi transferido para o Socorrão II, onde permanece internado.
Carlos Jorge Furtado Rodrigues – Foi preso na 1ª Travessa da Rua da Vitória, no Piancó. Ele é suspeito de fornecer armas ao bando. Na casa dele, os policiais apreenderam um revólver calibre 38.

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