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terça-feira, 23 de setembro de 2014

Governo do MA quer atuação da Força Nacional nas ruas de São Luís

Pedido foi encaminhado nesta segunda ao Ministério da Justiça.
Ofício traz na justificativa 'momentos de tensão e terror em São Luís'.

Lenno Edroaldo e Mieko Wada Do G1 MA
Ofício encaminhado ao Ministério da Justiça pelo governo do Maranhão (Foto: Lenno Edroaldo/G1) 
Ofício encaminhado ao Ministério da Justiça pelo
governo do Maranhão (Foto: G1)
 
O governo do Maranhão solicitou ao Ministério da Justiça o envio de reforço da Força Nacional  não apenas para atuar no sistema penitenciário, mas também nas ruas de São Luís e em outras áreas da região metropolitana.  O documento traz como justificativa para o pedido "momentos de tensão e  terror em face de atos de violência e vandalismo praticados por facções criminosas em São Luís".

O pedido de reforço policial federal ocorre após um fim de semana no qual foram registrados 17 ataques a ônibus, microônibus, viaturas da polícia e carros particulares, entre sábado (20) e a madrugada desta segunda-feira (22). No sábado (20), foram quatro ônibus - dois na garagem de uma empresa no São Cristóvão, um no Alto do Pinho, outro na Santa Bárbara. Nesse dia, também foi incendiado um microônibus em São José de Ribamar, na Região Metropolitana de São Luís. No domingo (21), um ônibus que transportava integrantes de um grupo de bumba meu boi, no bairro Alemanha, foi incendiado. Nesta segunda-feira (22), foram mais três ônibus, desta vez, na garagem da empresa Gonçalves, no bairro Santa Cruz; além de dois carros particulares em uma concessionária, na Avenida dos Africanos; e seis veículos que estavam em uma garagem de carros usados da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP), no bairro do Radional.
O número de agentes, no entanto, ainda precisa ser acertado entre o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, e a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). "Inicialmente a Força Nacional foi solicitada para ajudar nos problemas recorrentes do sistema penitenciário. Masa hoje a governadora solicitou o envio de uma tropa bem maior da Força Nacional para atuar não apenas no sistema penitenciário, mas também nas ruas", afirmou o secretário de Estado de Segurança, Marcos Affonso.

A Força Nacional de Segurança está no Maranhão desde outubro do ano passado, quando 150 soldados foram deslocados para São Luís para reforçar a  segurança no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. A tropa chegou em um fim de semana, exatamente quando 25 detentos tentaram mais uma fuga do presídio. Já na noite do dia 13 de outubro de 2013, um domingo, foi feita a primeira vistoria na unidade prisional.

No mesmo período, o governo do Estado decretou estado de emergência no sistema prisional do Maranhão. A medida objetiva a construção de um presídio de segurança máxima em São Luís e unidades prisionais no interior do Estado.

Ônibus são queimados durante ataques em São Luís (Foto: Marcial Lima/TV Mirante) 
Ônibus são queimados durante ataques em São
Luís (Foto: Marcial Lima/TV Mirante)
Ataques a veículos

Segundo a polícia, 12 homens presos e cinco adolescentes apreendidos, suspeitos de integrar facções criminosas e participar dos incêndios a veículos ocorridos no último fim de semana, em São Luís. A Polícia Militar acredita que os ataques tenham sido ordenados por facções criminosas de dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em represália a medida de contenção de rebeliões e fugas de presos.

"Não podemos confirmar que as ordens partiram de lá, mas já sabemos que  das várias pessoas investigadas, ficou comprovado que partiu delas as ordens, essas pessoas já estão presas. Os ataques são uma reação aos atos duros e fortes que estamos tomando não somente no complexo, mas também contra as facões", argumentou o secretário.

Nesta segunda-feira, Marlon de Carvalho França e Evanilson Viana Sousa foram presos no Parque Aracagi, na região metropolitana de São Luís. Com eles, foram encontradas duas latas de solventes. Segundo a PM, o material que foi encontrado com a dupla seria usado para queimar dois ônibus nesta tarde, em São Luís. "Constatamos a veracidade de denúncia após encontrarmos latas de solventes com eles. De acordo com informações já coletadas, eles iriam atear fogo em carros da empresa que faz linha para a Vila Alonso Costa", afirmou um policial do Serviço de Inteligência, que não quis se identificar.

Novo secretário
Nesta segunda-feira (22), a Secretaria de Comunicação do governo do Estado confirmou o defensor Público Paulo Guimarães como o novo secretário estadual de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap). Ele substitui o delegado Marcos Affonso, que desde a última quinta-feira (17) responde interinamente pela pasta e também é secretário de Segurança Pública do estado.

O novo secretário assume a pasta em meio a uma crise no sistema penitenciário maranhense. Situação que levou o então secretário da Sejap, Sebastião Uchoa, a entregar o cargo na última quarta-feira. O pedido de demissão ocorreu horas após uma nova fuga no Presídio São Luís I, no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, na capital maranhense, quando um grupo de 13 detentos conseguiu fugir por um túnel.

O Presídio São Luís I é uma das oito unidades do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, que também é formado pela Casa de Detenção (Cadet), Centro de Detenção Provisória (CDP), Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ), Centro de Triagem (CT), Penitenciária de Pedrinhas  (PP), Presídio São Luís II (PSL II) e Centro de Reeducação e Integração Social das Mulheres Apenadas (Crisma) ou Presídio Feminino (PF). O Complexo é conhecido internacionalmente pelos problemas de segurança gerados por fugas e mortes, e também foi palco de brigas de facções, com presos decapitados.

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