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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Drauzio Varella fala sobre o risco de epidemia do ebola no Brasil

Drauzio conversou com médicos sobre os cuidados para isolar casos suspeitos e mostrou detalhes da roupa utilizada para cuidar dos pacientes.


O ebola é uma ameaça para o Brasil? Nós estamos preparados para receber pacientes com ebola? Quem vai responder é o doutor Drauzio Varella.

Os vírus viajam pelo interior de corpos humanos desde os primórdios da humanidade. Agora eles o fazem em aviões a jato. Não estamos livres de um doente com ebola desembarcar em algum aeroporto, mas causar uma epidemia em que uma pessoa transmita um vírus para outra, fora de controle, é altamente improvável no Brasil. O doutor Drauzio Varella acha que não acontecerá. Mas o país precisa estar preparado.
“Nós recebemos, em média, 16 voos da África por dia, e as tripulações elas estão sendo treinadas. Obviamente há um alerta nos aeroportos e portos por conta da chegada, são dois navios por semana e 16 voos por dia. Nós estamos atentos”, diz o secretário estadual da saúde de SP, David Uip.
A principal medida é isolar o caso suspeito assim que surgir febre ou outros sintomas, isso pode acontecer ainda no avião.
Jorge Ribera, médico: Se é uma pessoa que consegue andar, consegue se levantar, ou seja, um caso inicial, a gente vai primeiro verificar os sinais vitais dele, qual a situação dele, e a partir desse momento a gente vai vesti-lo com uma vestimenta igual a nossa. Com os cuidados de que, de principalmente ele não estar disseminando esse vírus durante esse translado.
Centros de referência para tratar paciente com ebola no Brasil
Há dois centros de referência para tratar um paciente com ebola que chegue ao Brasil, e é para um desses locais que ele será encaminhado. A Fiocruz, no Rio de Janeiro, e, em São Paulo, o Hospital Emilio Ribas, onde o Fantástico foi para mostrar a estrutura que foi montada.
Drauzio Varella: Precisa de tudo isso? Precisa ser na terapia intensiva?
Luis Carlos Pereira Júnior, diretor do hospital Emilio Ribas: Nem todos os casos vão precisar, obviamente de cada dois, um paciente sobrevive, então nem todos os casos vão precisar dessa infraestrutura toda. Se isso acontecer, o paciente felizmente evoluir para uma melhora, esse paciente pode ir para um quarto comum e manter o seu isolamento.
A doença causada pelo ebola surge de repente, três a 21 dias depois do contágio. De cara, um febrão acima de 38,6°C, dores pelo corpo, falta de apetite, fraqueza. Sintomas que são muito comuns em outras doenças infecciosas. Em seguida, cólicas abdominais, vómitos, náuseas e diarreia. Depois, as hemorragias. A partir do sexto dia começam a melhorar aqueles que ficarão curados.
Vírus só é transmitido na fase em que os sintomas estão presentes

O mais importante de tudo, o vírus só é transmitido na fase em que os sintomas estão presentes, e isso não acontece pelo ar. Para ser infectada, uma pessoa precisa ter contato com alguma secreção do doente: saliva, urina, fezes e vômito.
Drauzio Varella: As imagens que a gente vê das pessoas que cuidam de doentes com ebola, têm aquela paramentação toda: óculos, todos cobertos. Descreva a roupa que é utilizada.
Luis Carlos Pereira Júnior: O que o Marcos está usando é uma roupa combinada. Dupla camada, que nós chamamos. Que começa com um macacão impermeável de corpo inteiro. Por cima, vai uma bota também impermeável e uma luva. Ainda temos um óculos, uma máscara e por cima um visor. E um segundo par de luvas e um segundo par de botas.
Drauzio Varella: O Marcos colocou a roupa toda e fez o trabalho dele de enfermagem. E agora? Como ele tira essa roupa?
Luis Carlos Pereira Júnior: Essa é a etapa mais crítica do procedimento. Deve levar pelo menos uns 20 minutos para acontecer. Então ele tem que tirar primeiro o macacão, ele retira o macacão enrolando o macacão, de uma forma que a parte interna fique escondida. Nessa retirada ele pode acabar se contaminando.

Drauzio Varella não acredita que o ebola poderá provocar epidemia no Brasil

Jorge Ribera, médico:
Que é o que existe de, parece que a enfermeira espanhola foi nesse momento que ela se contaminou. A gente tem que girar o botão e entender que agora nós temos que cuidar é de nós. Já entregamos o paciente e vamos retirar e descontaminar as coisas com o maior cuidado.
Drauzio Varella: Você tem medo?
Jorge Ribera, médico: Eu tenho. Mas eu tenho que me precaver. A gente exagera para diminuir os riscos.
O doutor Drauzio Varella não acredita que o ebola poderá provocar uma epidemia no Brasil. se transformar em uma epidemia no Brasil, mas os serviços de saúde no Brasil precisam estar atentos para identificar os casos suspeitos e as pessoas que tiveram contato com eles.

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