Leandra Felipe / Agência Brasil
Libéria, Guiné e Serra Leoa, são os três países mais atingidos.
WASHINGTON
- O diretor do Centro para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC,
sigla em inglês), Thomas Frieden, comparou, nesta quinta-feira (9), o
surto de ebola no Oeste africano com o surgimento da aids. A escalada do
ebola e as dificuldades para conter o avanço da doença na África e em
outros continentes foi tema de uma reunião, em Washington, entre
representantes dos países mais atingidos, Banco Mundial, da ONG Médicos
sem Fronteira e do CDC.
"Eu diria que, em 30 anos de trabalho com
saúde pública, a única coisa parecida foi a aids", assinalou Frieden,
durante fórum promovido pelo Banco Mundial. A referência do diretor do
CDC é ao desafio de conter o surto, o maior enfrentado desde o
descobrimento da aids, há 38 anos.
No encontro, representantes da
Libéria, Guiné e de Serra Leoa, os três países mais atingidos, falaram
dos problemas enfrentados para controlar e impedir novos casos. Quase
quatro mil pessoas já morreram até agora na região por causa da doença.
Durante
a reunião, o vice-diretor da Organização Mundial da Saúde (OMC), Bruce
Alyward, informou que, pelo fato do vírus estar "enraizado" nas capitais
desses países, combater o ebola é tarefa difícil. Segundo ele, os
governos enfrentam desafio extraordinário, pois precisam comunicar a
urgência da situação, mas não podem causar pânico.
A doença também
atinge profissionais de saúde. Conforme a OMS, mais de 200 já morreram.
Nesta quinta-feira (9), um médico liberiano morreu em um centro de
tratamento em Monróvia, capital da Libéria. A crise é tão grave que as
eleições para o Senado do país foram canceladas. É de origem liberiana o
primeiro caso de ebola diagnosticado nos Estados Unidos.
O
liberiano Thomas Duncan morreu ontem (8) em Dallas, Texas, após
desembarcar no país na segunda quinzena de setembro. Ele começou a
apresentar os sintomas entre os dias 20 e 27 de setembro. Foi
hospitalizado, mas não resistiu à enfermidade.
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