No bairro onde a queda de água fica, foram flagrados casos de desperdício.
Sabesp, responsável pelo abastecimento, garante que não vai faltar água.
Volume da queda de água da cachoeira está quatro vezes menor (Foto: Reprodução / TV TEM)
A cachoeira “Véu de noiva” em Botucatu
(SP) não recebe mais os turistas como antes, isso porque o volume de
água está quatro vezes menor, por causa da falta de chuva. Quem conhece o
local diz que nunca viu a cachoeira desse jeito, quase sem água. O
caseiro Pedro Salutes diz que o ponto onde ele caminha atualmente, era
todo coberto de água. “Chegava a me cobrir e eu tenho um 1,65 metro.”
Consequentemente, moradores da região que procuravam a queda d´água do
Rio Pardo para se refrescar, estão vindo bem menos. Márcia Salutes é da
capital de São Paulo e queria conhecer um dos mais belos cartões postais
de Botucatu se frustrou ao ver a cachoeira. “Uma tristeza. Vi em fotos
que era enorme. Cheguei aqui e vi esse pouquinho de água. Uma tristeza
maior é que não chove e você vê gente gastando água à toa por aí”,
lamenta.
No mesmo bairro onde fica a cachoeira, em questão de minutos, a equipe de reportagem da TV TEM
flagrou um casal lavando garagem e a calçada com mangueira e depois um
homem lavando a calçada com lava jato. O que revolta quem procura
economizar água. "Eu vi na rua Cardoso de Almeida, jogando água nas
plantas e nas pedras. Me irritou porque não vai ter água no futuro",
conta a vendedora Elizabete Celestino de Oliveira.
Prefeitura colocou outdoors de conscientização na
cidade (Foto: Reprodução / TV TEM)
Contra o desperdíciocidade (Foto: Reprodução / TV TEM)
Assim como Elisabete, a prefeitura de Botucatu se mostrou preocupada com a situação e lançou uma campanha contra o desperdício. Outdoors foram espalhados pela cidade. O cabelereiro Paulo Ferrari concorda com o recado colocado bem em frente à porta dele que informa que lavar a calçada gasta 280 litros de água: "Acho excelente porque tem muita gente que não tem conscientização que não tem mais água."
Para o professor universitário Edson Luiz Scaloppi, especialista em irrigação, a campanha pouco adianta. A população só deixa de abusar quando sente no bolso. "Teria que parar de cobrar a taxa mínima para quem gasta até 10 mil litros cúbicos. Tem que cobrar de maneira crescente, quanto mais se gasta, mais caro fica", afirma.
Mas, por enquanto, a Sabesp aposta em outra ideia. Está dando desconto de até 30% na conta pra quem economizar no mínimo 10% em relação aos dozes meses anteriores. Só que a promoção está valendo apenas pras regiões da grande São Paulo e Campinas. No interior o incentivo terá que ser outro, segundo a dona de casa Cleide da Silva Santos. "Tem que guardar para os nossos filhos."
Apesar de o Rio Pardo estar pelo menos um metro abaixo do seu nível normal, a Sabesp acredita que Botucatu não sofrerá com falta de água. Na semana passada, a companhia inaugurou mais um ponto de captação no córrego Tijuco Preto, onde já são coletados mais de 60 litros por segundo.
Sem chuva, cachoeira fica cada vez menor (Foto: Reprodução / TV TEM)
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