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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Novos ministros vão revelar as prioridades do governo Dilma

 Thais Herédia

A nomeação da nova equipe econômica do governo é certamente o evento mais esperado da semana. Dilma e seus assessores conseguiram criar um carnaval de expectativas e probabilidades sobre o futuro da condução da economia. O embalo do samba deve se manter nos próximos dias até que a presidente se convença de que chegou a hora de dizer quem vai fazer o que e onde.
As motivações para tanto suspense são desconhecidas, para não dizer incompreensíveis. A colunista do G1, Cristiana Lobo, conta que a confusão está instalada até que o Congresso Nacional aprove as mudanças na lei do orçamento – um disparate que coloca em risco (ainda mais) a avaliação sobre a dinâmica dos gastos públicos e o endividamento do país.
Há outras especulações sobre a demora, mas os efeitos causados pela falta de convencimento da presidente já se revelam. O colunista do G1 Gerson Camarotti nos conta que o comportamento do governo passou imagem de “fragilidade” e “divisão” interna no PT. A dúvida de Dilma só faz algum sentido quando lemos o currículo dos principais indicados para assumir os ministérios da Fazenda e do Planejamento.
O economista Joaquim Levy, concorrendo ao posto da Fazenda, é um guardião da ortodoxia econômica. Com quase dois metros de altura, braços longos e fala mansa, Levy foi o responsável pelo melhor resultado das contas públicas da história recente, quando foi o secretario do Tesouro Nacional no primeiro mandato de Lula. Imagine você que ele segurou o governo com rédea curtíssima enquanto esteve lá.
Nelson Barbosa, concorrendo ao Planejamento, foi secretário executivo do ministério da Fazenda por mais de dois anos neste primeiro mandato de Dilma. Apesar de ser considerado “desenvolvimentista” como a presidente, Barbosa passou a dizer o que pensa da condução atual da economia e, principalmente, o que seria preciso fazer para corrigi-la. De vantagem sobre outros, o economista tem o convívio prévio com estilo centralizador e intransigente da chefe. 
Enquanto esperamos, o mundo não para, nem a economia. Na agenda da semana estão dados relevantes sobre o andar da carruagem: BC divulga resultado das contas externas (que deve ser negativo) e resultado das contas públicas (teremos superávit primário?). O IBGE divulgará o resultado do PIB do terceiro trimestre, que tem previsões que variam entre algo levemente negativo e algo levemente positivo.
Ao revelar os nomes de quem vai ocupar as cadeiras da equipe econômica, a presidente Dilma acabará explicitando as prioridades de seu governo: estabilidade ou desarranjo? Investimento ou fuga de capital? Equilíbrio nos gastos públicos ou endividamento arriscado? Segurança regulatória ou intervencionismo excessivo? Credibilidade ou descrédito?
Quem esperou até agora por estas respostas, que espere um pouco mais.

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