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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Cientistas detectam superbactéria em rio na Praia do Flamengo

Microrganismo produz enzima que o torna resistente a antibióticos.
Praia é frequentada por banhistas e por pescadores na região.

Do G1 Rio
Crianças tomam banho na Praia do Flamengo, onde foi detectada uma superbactéria (Foto: Paulo Campos/Estadão Conteúdo)Crianças tomam banho na Praia do Flamengo, onde foi detectada uma superbactéria (Foto: Paulo Campos/Estadão Conteúdo)
 
Bactérias resistentes a grande parte dos antibióticos foram encontradas em um dos principais rios da cidade, o Carioca. Um dos locais contaminados é a foz do rio, no ponto em que ele deságua na Praia do Flamengo, que é frequentada por diversos banhistas e pescadores. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (15) por cientistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

“Até o momento, não houve registro de contaminação entre frequentadores dos ambientes estudados. Ainda assim, os resultados da pesquisa foram enviados para as autoridades competentes, que podem avaliar as medidas a serem adotadas”, disse a pesquisadora do Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do IOC, Ana Paula D'Alincourt Carvalho Assef, coordenadora do trabalho.

As superbactérias foram identificadas em três pontos do Rio Carioca na Zona Sul da cidade: no Largo do Boticário, no Cosme Velho; no Aterro do Flamengo, antes da estação de tratamento do rio e em sua foz, já na Praia do Flamengo. Conforme explicou a Fiocruz, estas bactérias produzem uma enzima chamada KPC—característica que impede que os remédios façam efeito contra elas. Em algumas pessoas, podem provocar males como infecção urinária e pulmonar.

A possibilidade de disseminação das bactérias produtoras de KPC para o ambiente já preocupa os cientistas há alguns anos. Em 2010, o Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do IOC publicou um artigo científico apontando a presença destas superbactérias no esgoto hospitalar carioca mesmo após o tratamento.

A pesquisadora Ana Paula D'Alincout Carvalho Assef alerta que a disseminação deste tipo de bactéria pode dificultar o controle de algumas infecções. Ela explicou que as doenças que podem ser transmitidas pelas superbactérias não são mais graves que as causadas por outros micro-organismos. O problema, segundo ela, é o tratamento da infecção, já que os médicos precisam recorrer a drogas que foram descartadas para uso humano por serem tóxicas para o organismo, como a polimixina.

Cientistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) encontraram enzima resistente a antibióticos (Foto: André Luiz Mello/Agência O Dia/Estadão Conteúdo)Cientistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) encontraram enzima resistente a antibióticos (Foto: André Luiz Mello/Agência O Dia/Estadão Conteúdo)

 

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