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sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

No DF, neto descobre durante enterro corpo em cova comprada para a avó

Campo da Esperança disse que houve confusão em sepultamento anterior.
Família registrou ocorrência; cemitério de Taguatinga é o segundo maior.

Raquel Morais Do G1 DF
Coveiro do cemitério Campo da Esperança de Taguatinga tenta identificar corpo em cova (Foto: Faerisson Lima Souza/Arquivo Pessoal)Coveiro do cemitério Campo da Esperança de Taguatinga tenta identificar corpo em cova (Foto: Faerisson Lima Souza/Arquivo Pessoal)
 
O servidor público Faerisson Lima Souza, de 30 anos, foi pego de surpresa ao tentar enterrar a avó no cemitério Campo da Esperança de Taguatinga, no Distrito Federal: o corpo de outra pessoa já ocupava a cova comprada pela família. A administradora informou ao G1 que ofereceu outro jazigo, sem custos, para o sepultamento. O caso, ocorrido em 29 de dezembro, é investigado pela Polícia Civil.
Foi muito constrangedor, um transtorno geral. Ficaram remexendo na nossa frente, vimos a caveira, ficaram procurando. No início eles tinham uma postura meio de desdém, mas, depois disso, parece que começaram a ficar mesmo preocupados"
Faerisson Lima Souza,
servidor público e neto de idosa
De acordo com Souza, a sepultura foi adquirida pela família em 2004, quando o marido de Ivone Leite morreu. A idosa comprou duas gavetas. “Iam fazer a exumação para enterrar minha avó junto com o meu avô. Aí, na hora que abriram, havia um corpo lá. O coveiro estranhou, porque já tinha duas pessoas ali. Foi aí que a gente percebeu o erro.”
Como o enterro teria ocorrido há menos de cinco anos, os funcionários foram impedidos de continuar mexendo no local. Os coveiros decidiram, então, abrir o jazigo ao lado. A suspeita era de que os restos mortais do avô pudessem estar nesta outra cova e que apenas os números que identificam as lápides estivessem trocados. No local, no entanto, havia o caixão de uma mulher.
“Foi muito constrangedor, um transtorno geral. Ficaram remexendo na nossa frente, vimos a caveira, ficaram procurando. No início eles tinham uma postura meio de desdém, mas, depois disso, parece que começaram a ficar mesmo preocupados”, afirma o servidor público.
Enquanto isso, cerca de 80 familiares e amigos permaneciam com o corpo da idosa na sala de velório. A mulher morreu aos 79 anos, vítima de uma pneumonia, e deixou sete filhos.

Ivone Leite, avó de servidor público que foi enterrada em Taguatinga (Foto: Faerisson Lima Souza/Arquivo Pessoal) 
Ivone Leite, que foi enterrada em Taguatinga
(Foto: Faerisson Lima Souza/Arquivo Pessoal)
 
“A pior parte é lá, quando você fica vendo o corpo parado e não sabe o que vai fazer”, declarou Souza. “Muito difícil. A gente tenta ficar com a família, com as que estão mais fracas, como minhas tias e minha mãe, e passa por isso.”
Em nota, o cemitério informou que identificou por meio de documentos que o corpo enterrado no jazigo da família deveria estar na sepultura ao lado. Os parentes serão informados para que possam reconhecer os restos mortais. Depois disso, o corpo da idosa será transferido para o local.
O cemitério de Taguatinga é o segundo maior do DF e tem 136 mil pessoas enterradas. A taxa de sepultamento é de R$ 40.

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