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quinta-feira, 28 de maio de 2015

'É dedicação em tempo integral', diz vaqueira que ensina gado a desfilar

A vaqueira Marisa Bekkers, 34 anos, prepara vacas para exposições.
Ela afirma que dá atendimento individual às 88 vacas da propriedade rural.

Gizele Silva Do G1 PR
Marisa Bekkers, 34 anos, aprendeu na infância a cuidar de vacas holandesas (Foto: Raul Voorsluys/Assessoria de Imprensa )Marisa Bekkers, 34 anos, aprendeu na infância a cuidar de vacas holandesas (Foto: Raul Voorsluys/Assessoria de Imprensa )
Marisa Bekkers, 34 anos, encontrou espaço em uma profissão dominada por homens. Ela é pecuarista de uma pequena propriedade rural de Castro, na região dos Campos Gerais do Paraná, e trabalha como vaqueira nas exposições de gado leiteiro.
Marisa escolhe as melhores vacas do rebanho e embeleza os animais para as feiras agropecuárias. “Dou banho, faço a tosquia e ensino a desfilar”, comenta.
Há 15 anos, Marisa participa de exposições agropecuárias no Paraná, São Paulo e Minas Gerais. "É muito raro ver mulheres nessa área", diz. A vaqueira conta que o trabalho começa um mês antes da exposição. A partir da seleção do animal, Marisa começa a amansar a vaca, preparando o animal para a exposição em público.

“Cada exposição é como um desfile de moda. Eu ensino a vaca a andar no cabresto, a desfilar, a se comportar em público. Tudo com muita paciência”, exemplifica. A criadora acredita que o resultado se alcança com carinho. “Cada vaca é chamada pelo nome, é tratada com muito carinho e com muita dedicação”, comenta.
A exposição e o julgamento das melhores vacas é precedida de cuidados extras. Marisa dá banho com produtos próprios e faz a tosquia da pelagem. “Tem que ficar bem bonitinha”, afirma.
A vaqueira herdou o gosto pelos animais dos pais, que são pecuaristas em Castro, e aprofundou o conhecimento na profissão com o marido, que também é produtor de gado leiteiro.

Vacas holandesas desfilam em julgamento da raça na 10ª Expofrísia (Foto: Raul Voorsluys/Assessoria de Imprensa)Vacas holandesas desfilam em julgamento da raça na 10ª Expofrísia (Foto: Raul Voorsluys/Assessoria de Imprensa)
“Desde os sete anos de idade eu ia onde ficavam as vacas para ajudar meus pais, eu ficava com a limpeza das tetas das vacas”, lembra. Em trabalho, Marisa conta que já levou pisão e cabeçada de vaca, mas ela releva, lembrando que o animal é bastante manso. “A gente aprende muito com a convivência, vaca é muito parecida com gente”, brinca.
Ela tem 88 animais na propriedade, em Castro, sendo que 36 estão em lactação e, portanto, são ordenhadas diariamente. O leite é vendido para laticínios da região. Marisa conta que a rotina é dura. “Acordo todo dia às 6h30, não tem feriado, não tem domingo”, comenta.
A pecuarista conta ainda que precisa dividir a atenção com a família. As filhas, de 7 e 5 anos, já aprenderam a gostar da lida com o rebanho, segundo a vaqueira. “Dizem que uma fruta não cai longe do pé, então acho que é isso que vai acontecer com minhas meninas”, aponta.
Exposição de gado leiteiro
Marisa participa da 10ª Exposição Agropecuária (Expofrísia) em Carambeí, nos Campos Gerais do estado. A exposição começou na terça (26) e termina na sexta (29) no Pavilhão da Associação Parque Histórico de Carambeí, na Avenida dos Pioneiros, 4.050.
A criadora está em uma das maiores bacias leiteiras do país. Segundo a Pesquisa Pecuária Municipal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2013 – último dado disponível – o município de Castro produziu 230,7 milhões de litros de leite.

Bezerras também recebem tratamento especial para a feira agropecuária (Foto: Raul Voorsluys/Assessoria de Imprensa)Bezerras também recebem tratamento especial para a feira agropecuária (Foto: Raul Voorsluys/Assessoria de Imprensa)

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