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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Jovem que procurava o pai descobre que ele trabalha na mesma empresa

Encontro foi na terça-feira (15), em Cafelândia, no oeste do Paraná.
Francisco Costa Coelho tem 50 anos e não sabia que tinha uma filha.

Franciele John Do G1 PR
Beatriz e Francisco aproveitam para recuperar o tempo perdido (Foto: João Paulo Triches/ Divulgação Copacol)

Beatriz é a única filha de Francisco (Foto: João Paulo Triches/ Divulgação Copacol)
Beatriz Natel dos Santos tem 21 anos e desde os 17 anos procurava pelo pai que nunca conheceu. A surpresa maior foi descobrir que ele estava mais perto do que ela imaginava: os dois trabalham na mesma empresa – uma cooperativa em Cafelândia, no oeste do Paraná.
A jovem foi criada pela mãe e pelo padrasto e só soube que o homem que a criou não era seu pai biológico aos 14 anos. Três anos mais tarde, começou a procurar pelo pai. "Quando minha mãe me contou, ela não deixou eu procurá-lo por medo. Mas quando eu estava para fazer 18 anos postei no Facebook que estava procurando ele, e nada. Logo depois minha tia me deu uma foto dele, eu postei de novo e nada", conta.
Além do nome e da foto, a única informação que tinha sobre o pai biológico era que ele, provavelmente, ainda morasse em Sorocaba, interior de São Paulo. Sem conseguir mais nenhuma pista, Beatriz decidiu, em julho deste ano, pedir ajuda em uma rádio da cidade.
Na rádio, conheceu Genésio Roecher, que também trabalha no Sindicato dos Trabalhadores em Cooperativas de Cascavel e região (Sintrascoop). Roecher se comoveu com a história da jovem e decidiu ajudar.
Beatriz procurava o pai desde os 17 anos (Foto: Beatriz Natel/ Arquivo pessoal)

Beatriz procurava o pai desde os 17 anos
(Foto: Beatriz Natel/ Arquivo pessoal)
Seguindo pistas, ele passou por cinco cidades até voltar ao ponto de partida, Cafelândia. "Descobri que ele [o Francisco] também trabalhava na Copacol. Eles trabalhavam juntos. Quando comparei as fotos, a do cadastro dele com a foto que a Beatriz tinha, vi que era o mesmo cara. Levei um susto", lembra Roecher.
Sem notícias, Beatriz achou que o repórter também não tinha conseguido nenhuma informação sobre o paradeiro do pai. “Eu acendi uma vela para Nossa Senhora Aparecida e depois de dois dias ele [o repórter] me retornou dizendo que tinha notícias. Eu já estava angustiada", revela a jovem.
O encontro
Roecher contou para Beatriz que tinha achado Francisco. Em seguida, foi até a casa de Francisco e revelou que ele tinha uma filha que procurava por ele. Dias depois um encontro foi promovido entre os dois no Sintrascoop. "Combinamos dela se passar por uma advogada e entrar na sala com alguns papéis para ele assinar, para ver se o pai iria reconhecer a filha", relembra o repórter.
"Eu estendi o papel e falei: 'O senhor poderia assinar esse documento? Senão eu mesmo assino, pai'. Ele ficou parado por uns segundos e depois me abraçou", conta Beatriz, ainda emocionada. "É inexplicável, não tem como descrever a sensação", diz a jovem.
Encontro foi no sindicato dos trabalhadores de cooperativas, na terça-feira (15) (Foto: Beatriz Natel/ Arquivo pessoal)

Encontro foi no Sintrascoop, na terça (15)
(Foto: Beatriz Natel/ Arquivo pessoal)
Beatriz só soube que o pai trabalhava na mesma empresa que ela, onde trabalha há mais de dois anos, na noite anterior ao encontro. “Eu falei: 'Não acredito que meu pai trabalha na Copacol e vocês não me falaram nada'. Eu não estou dormindo desde aquele dia”, ressalta.
Francisco é casado e tem cinco filhos, nenhum biológico. Ele mora em uma cidade vizinha a Cafelândia, em Nova Aurora.
Ele conta que vai preparar uma festa para comemorar o encontro. “Dia 7 de outubro, eu faço 51 anos e minha mulher faz 44, dia 8. Vamos fazer uma festa lá em casa e ela vai participar com a gente”. Para ele, achar a filha na mesma empresa em que trabalha foi uma "coincidência boa". “Talvez ela tenha sentado comigo e eu nem sabia que era minha filha”.
O futuro
Agora, a rotina mudou. “No intervalo eu vou dar benção para ele e ele fica todo feliz. Nós não estamos acreditando no que está acontecendo", comenta empolgada. Beatriz também conheceu a família de Francisco e o próximo passo será conhecer a avó paterna, que mora em outra cidade.
Roecher, responsável pelo encontro, diz estar feliz em participar dessa história. “Eu nunca imaginei que pudesse acontecer isso na minha vida. É uma sensação de gratidão por poder ajudar alguém. Fiz a alegria da Beatriz de encontrar o pai e a alegria do Francisco em encontrar a única filha que tem. Deus colocou pessoas boas no meu caminho para eu conseguir reuni-los”, finaliza.
Beatriz já conheceu a família de Francisco e foi bem recebida, conta (Foto: Beatriz Natel/ Arquivo pessoal)

Beatriz já conheceu a família de Francisco e foi bem recebida, conta (Foto: Beatriz Natel/ Arquivo pessoal)
Desencontros
Beatriz conta que o pai e a mãe dela se conheceram em Assis Chateaubriand, também na região oeste do Paraná, quando eram jovens. Francisco morava em Sorocaba e estava na cidade para visitar a mãe.
Os dois começaram a sair e logo Francisco pediu a jovem em namoro. Eles mantiveram o relacionamento à distância por cerca de um mês, até Francisco voltar a Assis Chateaubriand e pedir se a garota queria morar com ele em São Paulo. Ela aceitou e os dois foram juntos para Sorocaba. Após cinco ou seis meses, ela decidiu voltar para o interior do Paraná porque não tinha se acostumado com a cidade.
Pouco tempo depois de chegar a Assis Chateaubriand, a moça descobriu que estava grávida e tentou entrar em contato com Francisco, porém foi impedida por uma tia dele, que não acreditou que o filho era, realmente, do sobrinho.
Ofendida com a situação, a jovem decidiu criar a filha sozinha com a ajuda da família e só revelou o segredo quando Beatriz já era adolescente.

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