Contador de visitas

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Renault Duster Oroch: primeiras impressões

1º picape da marca tem bom espaço traseiro, mas peca na direção pesada.
Pode tirar cliente da Strada mais cara, mas, briga de verdade, só em 2016.

Luciana de Oliveira Do G1, no Rio
 
A Renault sai na frente e inaugura com a Duster Oroch o segmento das picapes “quase médias”: difícil achar um termo melhor para aquela que é maior que as picapes compactas, lideradas pela Fiat Strada, mas são menores que as picapes médias, como a Chevrolet S10.
Sempre com cabine dupla, 4 portas, e com um bom nível de equipamentos de série e de espaço, a novidade poderá tirar clientes das versões mais caras da “picapinha” da Fiat, mas a briga de verdade só vai começar no ano que vem, quando a montadora de origem italiana lançar o concorrente direto, a Toro.

 Com nome de tribo da Rússia, a Oroch chega às lojas em outubro, partindo de R$ 62.290 (veja todos os preços). A primeira pergunta é: trata-se do Duster com porta-malas descoberto? De fato, ao serem feitos sob a mesma plataforma, os dois modelos têm vários pontos em comum. Visualmente, são idênticos até a porta traseira. A largura é a mesma e a altura, basicamente, também.
Renault Duster Oroch (Foto: Divulgação)

Renault Duster Oroch só tem versões 4 portas (Foto: Divulgação)
concorrentes Renault Duster Oroch (Foto: G1)

Para quem é?
A Renault diz que o foco principal da Oroch é o cliente que tem uma picape como carro principal: usado no trabalho e para transportar a família. Com estepe localizado na parte de baixo do veículo, a caçamba ganha espaço e leva 683 litros, basicamente o mesmo que a Strada, conforme dados das montadoras.
O G1 experimentou a picape nas ruas de São Paulo e no Rio de Janeiro, onde ocorreu o evento de lançamento, basicamente em trajetos urbanos. Foram avaliadas as versões Dynamique 1.6 (115 cv, câmbio manual de 5 marchas) e 2.0 (148 cv, manual de 6 marchas), as mais completas.
Renault Duster Oroch (Foto: Luciana de Oliveira/G1)

Renault Duster Oroch tem o mesmo interior do SUV Duster (Foto: Luciana de Oliveira/G1)
De série, a Oroch tem ar, travas e vidros elétricos (nas 4 janelas), alarme, volante com comandos de áudio e telefone, rádio CD MP3 com 4 alto falantes, USB e Bluetooth, rodas de liga leve aro 16, barras no teto, santantônio, protetor de caçamba.
Para a Renault, a intermediária Dynamique, 1.6 responderá pela maior parte das vendas do modelo. Por R$ 66.790, a versão acrescenta central multimídia, faróis de neblina, piloto automático, comando elétrico dos retrovisores, sensor de estacionamento, acabamento em couro no volante, computador de bordo e vidro do motorista com comando de 1 toque.
O único opcional é o banco em couro. São acessórios capota marítima, extensor de caçamba (que serve de rampa), DVD, câmera de ré, entre outros.
Renault Duster Oroch (Foto: Divulgação)

Renault Duster Oroch Dynamique (Foto: Divulgação)
As rivais
A Strada com cabine dupla começa em R$ 52.210 (Working 1.4, 86 cv), mas as que mais se aproximam da Oroch são Trekking (1.6, 117 cv), de R$ 59.410, e a Adventure (1.8, 132 cv), de R$ 67.100, ambas com a famosa terceira porta, que facilita a entrada de quem vai no banco de trás.
A Trekking tem os itens básicos (ar, direção hidráulica, travas e vidros elétricos, rodas aro 14), mas cobra mais R$ 2.688 por rádio com CD/MP3 e Bluetooth, ajuste elétrico de retrovisor e volante em couro com comandos de áudio. O sensor de estacionamento, também à parte, custa R$ 861. Total: R$ 62.959.
Por R$ 67.110, a Strada Adventure inclui tudo isso mais capota marítima, bússola e inclinômetro, faróis de neblina, distribuição eletrônica de frenagem (EBD), janela traseira corrediça, sensor de estacionamento e rodas aro 16.
A Rock in Rio (1.6) era a única cabine dupla da Volkswagen Saveiro configurável no site da marca nesta quinta-feira (1º). O modelo com duas portas é vice-líder entre as compactas, atrás da Strada. Por R$ 61.900, a série especial é bem completa, com sensor de estacionamento, EBD, capota, ajuste elétrico do retrovisor, farol de neblina, rodas aro 15, santantônio e rádio com Bluetooth.
Sistema de conectividade Media NAV na Renault Duster Oroch (Foto: Luciana de Oliveira/G1)

Sistema de conectividade Media NAV na Renault Duster Oroch (Foto: Luciana de Oliveira/G1)
Dentro da Oroch
Estar na Oroch é sentir-se no Duster. É tudo igual: a posição de dirigir, a distribuição dos comandos, a visibilidade (exceto atrás porque o vidro traseiro da picape é, naturalmente, mais estreito). O painel é o do SUV reestilizado, com acabamento simples, e problemas de projeto como o ajuste do retrovisor ser feito por um botão “secreto”, embaixo do freio de mão.
A central multimídia tem todas as funções básicas, incluindo GPS, e é de fácil navegação, com tela sensível ao toque que é operada sem grandes esforços – a do Jeep Renegade, o modelo que servirá de base para a Toro, requer muito mais esforço para colocar um endereço, por exemplo. Se ficasse mais para cima daria mais conforto ao motorista que tenta acompanhar o mapa do navegador.
O GPS exibe condições de trânsito em tempo real via rádio, o que não exige uma conexão com a internet.
Espaço traseiro da Renault Oroch é tão generoso quanto o do SUV Duster (Foto: Luciana de Oliveira/G1)

Espaço traseiro da Renault Oroch é tão generoso quanto o do SUV Duster (Foto: Luciana de Oliveira/G1)
Ao volante
O volante, também igual ao do Duster, é pesado. Ter direção elétrica pelo menos em alguma versão colocaria a Oroch à frente de rivais até maiores – lembrando que mesmo carros de entrada começam a ter o recurso.

Na versão que a Renault acredita que será o carro-chefe, o motor 1.6 de 115 cavalos de potência (com etanol) demonstrou certa “sofrência” quando a picape de 1.292 kg se deparou com subidas, mesmo com a caçamba descarregada.
Por outro lado, a suspensão agrada. Na traseira, "herdou" a do tipo multilink do Duster 4x4, com braços independentes e que foram reforçados.
Na prática, a suspensão é um pouco mais rígida que no SUV, para suportar cargas maiores, mas não por isso desconfortável. O ocupante sente as irregularidades do piso, mas não é uma batida seca.
Descarregada, a picape se mostrou estável nas curvas, mesmo em velocidades mais altas, mas poderia contar com controle de tração e de estabilidade.
Renault Duster Oroch (Foto: Divulgação)

Duster Oroch tem motor 1.6 ou 2.0 (Foto: Divulgação)
Vai emplacar?
Em tempo de baixa nas vendas de carros no Brasil, a Renault não divulgou a meta de vendas da Oroch. A picape divide a linha de produção em São José dos Pinhais (PR) com o “irmão” Duster, o Sandero e o Logan, modelos de maior volume de emplacamentos.
Só com a Fiat Toro na área será possível avaliar o tamanho do desafio da Oroch. Por ora, ela poderá balançar quem esteja “namorando” a Strada Adventure, mais cara. A Renault acredita que a maioria dos compradores da picape virá das regiões Norte e Centro-Oeste. O modelo também será exportado para o Mercosul.
Mas será que conseguirá, como se especula, roubar clientes de S10 & cia, acostumados a dimensões bem maiores? Difícil. No território das picaponas, tamanho sempre foi fundamental, nem que seja para fazer figura nas ruas.
Renault Duster Oroch (Foto: Divulgação)

Caçamba leva 683 liros (Foto: Divulgação)
Renault Duster Oroch (Foto: Divulgação)

Acessório cobrado à parte, extensor de caçamba serve também como rampa (Foto: Divulgação)
Renault Duster Oroch (Foto: Divulgação)

E o extensor permite carregar uma moto na diagonal (Foto: Divulgação)

Nenhum comentário: