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sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Especialista avalia risco de acidentes em barragens do MA

De acordo com o doutor em Engenharia e Saneamento Ambiental, Lúcio Macedo, atualmente as chances de um desastre ambiental, como aconteceu em Mariana, são ainda pequenas
Foto: De Jesus
Apesar de minimizar os riscos de futuros desastres ambientais no Maranhão, como aconteceu no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG) no mês passado, especialistas alertam para a falta de manutenção das estruturas de algumas barragens situadas no estado. Para o doutor em Engenharia Sanitária e Ambiental da USP, Lúcio Macedo, é preciso investir em obras de contenção dos níveis das águas e, desta forma, proteger as populações ribeirinhas.
Segundo o especialista, das três principais barragens situadas no Maranhão – do Rio Flores (localizada no município de Joselândia), Pericumã (situada em Pinheiro) e do Bacanga (instalada em São Luís), esta última é que apresenta maior grau de degradação. Construída em 1975, a barragem do Bacanga sofre com o desgaste de sua estrutura. Em setembro deste ano, as comportas da barragem desabaram, o que provocou mobilização à época do Corpo de Bombeiros do Maranhão e Defesa Civil do Estado.
Ainda de acordo com o especialista, após o episódio foi construída uma espécie de “paredão” ou muro de contenção ao lado da barragem do Bacanga para o controle dos níveis das águas. “ É uma solução, porém, não resolve o problema como um todo, a meu ver. É necessário, por exemplo, efetuar a troca imediata das comportas e fazer ajustes de engenharia para prolongar o tempo de vida útil daquela estrutura”, explicou.
Bacanga
De acordo com Lúcio Macedo, uma das soluções para a barragem do Bacanga seria a construção de um lago de contenção, que diminuiria o processo de assoreamento às margens do rio, preservando os recursos do meio ambiente e minimizando as chances de inundações das comunidades adjacentes, especialmente àquelas situadas no bairro Sá Viana. “ Desta forma, haveria uma proteção ambiental e um reforço à própria estrutura da barragem”, disse.
O especialista informou ainda que os riscos de desastre ambiental na barragem do Rio Pericumã – construída em 1982 e possui 100 metros de comprimento por 25 metros de largura – também são grandes. “ O risco seria menor em comparação ao que pode acontecer no Bacanga, mas também se trata de uma estrutura antiga e que necessita de reparos”, disse. No ano passado, informações sobre a situação da barragem do Rio Pericumã foram encaminhadas ao Governo Federal.
Rio Flores
Sobre a barragem do Rio Flores, Lúcio Macedo informou também que foram feitas manutenções em sua estrutura a partir de 2009, após as enchentes que atingiram a cidade maranhense de Trizidela do Vale. “ Depois daquelas enchentes, houve algumas intervenções na barragem, porém, são necessárias algumas alterações de ordem de engenharia e ambiental para a manutenção de sua vida útil”, concluiu.
Mais - Sobre a situação na barragem do Bacanga, a Secretaria de Estado da Infraestrutura (Sinfra) informou que a obra de recuperação das comportas e da estrutura física serão iniciadas na próxima semana. A ordem de serviço foi dada no dia 1º deste mês. Ainda de acordo com a pasta, a obra deverá ser concluída no prazo de 360 dias e os recursos utilizados serão do Tesouro Estadual.

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