Contador de visitas

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Resta um ano de mandato a Obama; o que ele fará ao sair da Casa Branca?

Presidente dos EUA deixa cargo em 20 de janeiro de 2017.
Aos 55 anos, ele pode escrever autobiografia, lecionar ou criar instituição.

Da France Presse
O presidente dos EUA, Barack Obama, acena ao deixar a Casa Branca e embarcar com destino a Nebrasca, em 13 de janeiro (Foto: Reuters/Jonathan Ernst)

O presidente dos EUA, Barack Obama, acena ao deixar a Casa Branca e embarcar com destino a Nebrasca, em 13 de janeiro (Foto: Reuters/Jonathan Ernst)
Nesta quarta-feira (20), faltará exatamente um ano para que o presidente americano deixe a Casa Branca. Como será a vida de Barack Obama como um cidadão comum?
Os ex-presidentes raramente permanecem na capital federal depois de terem vivido e trabalhado no mais antigo de seus edifícios públicos.

Jimmy Carter voltou para Geórgia; Ronald Reagan, para a Califórnia. Bill Clinton optou por Nova York, onde criou uma fundação com seu nome, enquanto sua esposa, Hillary - agora pré-candidata para as eleições presidenciais de novembro -, lançou sua carreira política como senadora.
Mas ainda se desconhece para onde irá a família Obama no dia 20 de janeiro de 2017.
Cada vez que um de seus membros demonstra interesse por alguma propriedade de luxo em Palms Springs ou Honolulu, a imprensa especula que poderia ser um investimento disfarçado e destinado, na realidade, ao casal presidencial. Tudo em vão: nenhuma informação confiável foi associada até o momento.
Barack Obama, que tem raízes profundas em Chicago - cidade onde iniciou sua carreira política e comemorou a vitória presidencial em 2008 -, disse que instalará ali sua biblioteca presidencial e sua fundação.
"Foi onde encontrei uma forma de idealismo, onde conheci minha esposa, onda nasceram minhas filhas", contou.
No entanto, nada indica que o casal voltará para a "cidade dos ventos".
"A esta altura, Chicago é provavelmente pequena demais para eles", considera Peter Slevin, professor da Universidade Northwestern e autor do livro biográfico "Michelle Obama, a life" (Michelle Obama, uma vida, em tradução livre).
O presidente dos EUA, Barack Obama, brinca com as filhas Sasha (esquerda) e Malia, durante cerimônia em que concedeu o perdão ao peru ‘Abe’ no jardim da Casa Branca, na quarta (25) (Foto: AP Photo/Susan Walsh)

O presidente dos EUA, Barack Obama, brinca com as filhas Sasha (esquerda) e Malia, durante cerimônia em que concedeu o perdão ao peru ‘Abe’ no jardim da Casa Branca, em 25 de novembro de 2015 (Foto: AP Photo/Susan Walsh)
A única pista verdadeira deixada por Barack Obama foi a de que sua família será a prioridade.
"As meninas e Michelle fizeram muitos sacrifícios por minha louca ideia de me tornar presidente", disse em 2013 ao canal ABC.
Em 2017, Malia, a mais velha, ingressará na universidade. Sasha, que agora estuda no colégio particular Sidwell Friends, em Washington, deverá terminar o ensino fundamental em dois anos.
Nova York mais do que Chicago
"Seus amigos acreditam que os Obama viverão um tempo em Washington e logo se mudarão para Nova York", explica Peter Slevin, destacando que esta cidade poderia oferecer um pouco mais de anonimato à família, uma noção que neste caso é muito relativa.
A primeira-dama sempre descartou a ideia de se lançar na política, como fez Hillary Clinton. "Há três coisas certas na vida", brincou o presidente há alguns dias, "a morte, os impostos e o fato de que Michelle não será candidata à Casa Branca".
Obama durante pronunciamento na Casa Branca na noite desta quinta-feira (20) (Foto: Jim Bourg/Reuters)

Obama durante pronunciamento na Casa Branca em novembro de 2014 (Foto: Jim Bourg/Reuters)
O dinheiro certamente não será um problema. Barack Obama, que tem um grande talento para a escrita, irá se dedicar ao tradicional e lucrativo exercício da autobiografia.
"Escrever memórias sempre foi considerado um meio aceitável de capitalizar uma presidência", destacou o historiador Mark Updegrove, diretor da biblioteca Lyndon B. Johnson em Austin (Texas).
Também não faltarão propostas de conferências generosamente remuneradas, tanto nos Estados Unidos quanto no exterior. "A única questão é saber até que ponto desejará comercializar seu trabalho anterior", acrescentou Updegrove.
Além disso, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos mencionou a vontade de trabalhar com jovens pertencentes a minorias de bairros pobres, onde o fracasso escolar, o desemprego e as taxas de criminalidade são muito maiores em relação a outras áreas, com o objetivo de que "a igualdade de oportunidades não seja uma frase vazia".
Foram muitos os ex-inquilinos da Casa Branca que conseguiram deixar um rastro em sua vida pós-Washington.
    20 de janeiro - O presidente dos EUA, Barack Obama, presta juramento para tomar posse formalmente de seu segundo mandato, neste domingo (20), na Casa Branca (Foto: Larry Downing/Reuters)

Ao lado de Michelle Obama, o presidente dos EUA, Barack Obama, presta juramento para tomar posse formalmente de seu segundo mandato, em 20 de janeiro de 2013, na Casa Branca (Foto: Larry Downing/Reuters)
Derrotado em 1829 depois de seu primeiro mandato, John Quincy Adams foi eleito no Congresso, onde trabalhou até o fim de seus dias. Graças ao seu talento excepcional como orador, marcou o espírito da luta contra a escravidão.
Já William Howard Taft (1909-1913) se uniu à Suprema Corte. Ex-presidente da prestigiada revista "Harvard Law Review" e apaixonado pelo direito, Obama, que terá 55 anos quando iniciar sua nova vida, poderia tentar este caminho, ainda que lhe pareça "monástico demais", como comentou.
O presidente também poderia tomar como ponto de referência o exemplo de seus predecessores democratas ainda com vida - Jimmy Carter e Bill Clinton -, criadores de fundações respeitadas que atuam além das fronteiras americanas.
Há rumores de que ofereça um curso na Universidade Columbia, em Nova York, onde estudou no início dos anos 1980. "Adoro ensinar. Sinto falta do contato com estudantes", contou à revista "New Yorker" em outono de 2014.
Segundo Mark Updegrove, a história recente mostra que "o segundo ato" do presidente pode servir para valorizar sua passagem pela Casa Branca. É a melhor forma de consagrar seu lugar nos livros de história.

 

Nenhum comentário: