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quarta-feira, 19 de julho de 2017

Maranhão perdeu 4.233 vagas de emprego no 1º semestre

De acordo com levantamento realizado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), somente a atividade do comércio eliminou 3.971 postos de trabalho com carteira assinada no estado nos seis primeiros meses
Atividade comercial maranhense sofreu forte impacto da recessão

Atividade comercial maranhense sofreu forte impacto da recessão (Foto: Flora Dolores / O ESTADO)
SÃO LUÍS - O mês de junho registrou recuperação no nível de emprego formal (com carteira assinada) no Maranhão, com abertura de 1.531 vagas. Contudo, no acumulado do primeiro semestre o saldo no mercado de trabalho é negativo, com o fechamento de 4.233 postos. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Os trabalhadores do comércio são os mais afetados, pois no período de janeiro a junho deste ano esse importante setor da economia eliminou 3.971 vagas, queda de 2,69%. Desse total, somente o comércio varejista respondeu pela perda de 3.572 vagas. Nos últimos dois anos, a atividade foi bastante impactada pela recessão, tendo como consequência a retração no consumo, tendo-se observado, além de demissões, o fechamento de lojas em São Luís.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio) reconhece que o setor foi o único segmento que não apresentou saldo positivo na criação de postos de trabalho na economia maranhense no mês de junho, que registrou a eliminação de 258 vagas de empregos formais. Apesar disso, os dados indicam que o saldo negativo de empregos no comércio foi menor do que o registrado em maio, quando foram extintos 932 postos.
Lentidão
De acordo com a Fecomércio, essa lentidão do segmento em voltar a gerar empregos em relação aos demais setores da economia se dá em função do papel exercido pelo comércio na cadeia produtiva. “O comércio atua no fim do processo produtivo, realizando a comercialização dos produtos ao consumidor final. Por isso, em momentos pós-crise, como o que estamos vivendo agora, é natural que o comércio seja um dos últimos setores a recuperar o fôlego do seu mercado de trabalho, pois ele vai depender da recuperação das bases produtivas, como a indústria e a agropecuária, fenômeno que já está acontecendo e pode ser observado nos números apresentados pelo Caged para o primeiro semestre”, avalia o presidente da Fecomércio, José Arteiro da Silva.
Dessa forma, para a Fecomércio, as expectativas giram em torno de uma recuperação gradual do comércio ao longo do segundo semestre. “O comércio já está demitindo menos, o que fará com que nós já alcancemos um equilíbrio entre admissões e demissões, bastante favorável já neste mês de julho. Com isso, prevemos que ao longo do segundo semestre o comércio retome os números positivos na geração de empregos ao absorver o crescimento da renda gerada pelos empregos criados nos setores que formam a base produtiva da nossa economia. Isso gera um efeito em cadeia, trazendo de volta o ânimo dos consumidores, que, por sua vez, voltam a realizar suas compras e, assim, o empresário do comércio pode retornar com seus investimentos, ampliando seus quadros de colaboradores”, explica José Arteiro.
Construção civil
Outro setor fortemente empregador e que tem eliminado postos de trabalho é a construção civil. No primeiro semestre, foram 1.206 vagas fechadas no estado. Agora em junho, porém, houve uma recuperação da atividade, com a abertura de 867 postos de trabalho. A expectativa é que no segundo semestre, com a parada nas chuvas, haja um aquecimento no segmento e novos empregos sejam gerados.
A indústria de transformação também não teve um primeiro semestre positivo, ainda que em junho tivesse sido registrada a criação de 122 postos. No período, foram fechadas 734 vagas no estado. Somente a indústria de produtos minerais não metálicos respondeu por 500 eliminações.
Outro segmento que manteve curva descendente no nível de emprego formal no primeiro semestre foi a indústria extrativa, que perdeu 116 vagas.
Empregos
Os resultados que vêm ocorrendo no campo, com o registro de supersafra de grãos – o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que o Maranhão colherá 4,8 milhões de toneladas –, têm tido reflexo no mercado de trabalho local. O setor encerrou o primeiro semestre com a criação de 859 vagas.
No mesmo caminho segue o setor de serviços, que gerou 768 postos de trabalho com carteira assinada no período de janeiro a junho.
EM JUNHO
O Maranhão fechou o mês de junho com saldo positivo de 1.531 novos postos de trabalho, segundo dados do Caged. O setor que mais contratou no estado foi a da construção civil, com 867 novos postos criados.
O saldo positivo no Maranhão foi gerado pela diferença entre 12.271 contratações e 10.740 demissões, representando um crescimento de 0,33% em relação ao mês de maio. A agropecuária (765) e a indústria da transformação (118) também contribuíram para impulsionar o emprego no estado.

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