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segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Demissão de secretário abre crise entre petistas vinculados e não vinculados ao governo comunista

Partidos

Secretaria de Esportes, que era ocupada por Márcio Jardim, foi negociada como o PP, com anuência da direção do PT, o que irritou diferentes correntes da legenda no estado
Augusto Lobato é submisso a Flávio Dino e aceitou demissão de Márcio Jardim

Augusto Lobato é submisso a Flávio Dino e aceitou demissão de Márcio Jardim (Foto: Arquivo)
SÃO LUÍS - Partido com o maior tempo na propaganda eleitoral e reduto do principal candidato a presidente do Brasil, o PT não consegue se impor no Maranhão para ocupar postos de poder na estrutura do governo comunista. O partido apoia incondicionalmente o Palácio dos Leões, mesmo ocupando apenas postos sem maior expressão. Na semana que passou, esse espaço ficou ainda menor, com a demissão do secretário de Esportes, Márcio Jardim, que será substituído por um indicado do PP.
A demissão de Jardim foi o mais recente capítulo envolvendo a legenda de Lula no estado. O comando estadual, presidido pelo professor Augusto Lobato – ele próprio assessor especial do governador Flávio Dino (PCdoB) – aceita de bom grado qualquer ação do comunista em relação ao PT. Mas os petistas de outras correntes reclamam de que Dino submete o PT a uma posição medíocre, manipulando a legenda aos seus próprios interesses.
Há duas semanas, Flávio Dino chamou dois filiados ao PT para cargos em seu governo. Mas os dois – Terezinha Fernandes e Lawrence Melo (este último filiado apenas para receber o cargo, segundo denunciam petistas) – foram nomeados por serem amigos do próprio Flávio Dino, não por indicação do partido.
O assunto foi exposto pelos membros da corrente Construindo um Novo Brasil, a maior do partido.
Uma das últimas manifestações críticas da relação do PT com o governo Flávio Dino foi assinada pelo sociólogo e funcionário público federal Nonato Chocolate, dirigente municipal da legenda.
Chocolate destaca que Dino aparelhou o PT estadual para assegurar a vitória do seu assessor especial, Augusto Lobato, com o objetivo de controlar as decisões internas do partido.
“Defendo que a partir de agora devamos exercitar ao máximo o diálogo, tendo em vista o melhor cenário para sustentação da candidatura de Lula em 2018”, diz o petista, em carta encaminhada à militância.
Mas o próprio fechamento da carta de Nonato Chocolate mostra a posição que o PT maranhense tem hoje em relação ao governo comunista.
“Nós queremos ir com Flávio, mas ele, ao que parece, não nos quer”, diz o sociólogo, numa tradução exata da posição de submissão da legenda.
Mais
A demissão do secretário de Esportes Márcio Jardim do governo Flávio Dino estava anunciada há mais de três meses. Sem qualquer força pessoal para se manter no posto – e sem amparo no próprio PT – o petista tentou vincular sua imagem a Lula. Chegou a acompanhar o ex-presidente na caravana pelo Nordeste, entre julho e setembro, posando com o líder petistas em várias situações. Não adiantou. Flávio Dino sequer levou em consideração a articulação de Jardim com Lula, anunciando sua demissão na última sexta-feira, 13. Até porque, na caravana de Lula também estava o deputado federal Waldir Maranhão, do mesmo PP que agora vai ocupar a pasta dos Esportes.

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