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quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Bandidos estabelecem toque de recolher na Vila Cascavel

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Adolescente de 15 anos é morto na frente de seus familiares por não obedecer à ordem de se recolher no prazo determinado; moradores colocam casas à venda diante da inoperância do sistema de segurança pública na área
Bandidos estabelecem toque de recolher na Vila Cascavel
Residências e casas comerciais fechadas por causa da violência (Foto: Biné Morais / O ESTADO)
SÃO LUÍS - Integrantes de uma facção criminosa são suspeitos de estabelecer toque de recolher sob pena de morte na área da Vila Cascável, em São Luís. Segundo a Polícia Civil, na noite de terça-feira, 16, Adalton Victor Viana, de 15 anos, foi assassinado com cinco tiros dentro de sua residência, nessa localidade, na frente de seus familiares. Além da morte desse adolescente na Vila Cascavel, mais dois homicídios dolosos foram registrados na Ilha nessa noite. As vítimas foram Ronald Cantanhede, de 28 anos, e Antônio Nunes da Silva, de 29 anos, teriam sido baleados dentro de suas casas, na Maiobinha e no Maracanã, respectivamente.
Até os motoristas são obrigados a obedecer as ordens dos bandidos (Foto: Biné Morais / O ESTADO)
“Na área da Vila Cascável há uma rivalidade entre integrantes de facções criminosas. Por meio de moradores, a polícia ficou sabendo que esses faccionados deram a ordem para matar qualquer pessoa encontrada no canto de rua no período da noite ou madrugada”, disse o delegado Felipe Freitas, lotado na Superintendência Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoas (SHPP). Ele afirmou, também, que o adolescente assassinado não tinha nenhuma ligação com facção criminosa.
Ainda de acordo com as informações do delegado, na noite de terça-feira, 16, a vítima estava em um canto, nas proximidades de sua residência, na Rua São Sebastião, e teria sido abordada por faccionados, que estavam em uma motocicleta Bros preta. Esses criminosos chegaram a chamar o adolescente de “alemão” e queriam saber o que ele estava fazendo em canto de rua. “Um dos criminosos foi reconhecido pela vítima, já que chegaram até mesmo a estudar juntos na mesma escola”, disse o delegado.
No dia do crime, dois homens não identificados, utilizando essa mesma motocicleta e sem descer do veículo dispararam vários tiros em direção ao adolescente, que estava sentado no sofá da sala. O delegado informou, também, que no momento estavam no local os familiares da vítima. O adolescente morreu ainda no local, enquanto os acusados fugiram.
O caso está sendo investigado por uma equipe da Superintendência Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoas (SHPP) e por policiais da delegacia de Polícia Civil do bairro, mas até a tarde de ontem não tinha registro de identificação dos criminosos.
O Estado esteve no período da tarde de ontem, na Vila Cascavel e encontrou várias residências e pontos comerciais com as portas e janelas fechadas e nos muros e paredes, palavras de ordem grafadas de spry lembrando a proibição. Vários imóveis já estão com placas de venda, já que seus proprietários estão dispostos a se mudarem, diante da inoperância do sistema de segurança pública. Os moradores se recusam a falar sobre a proibição e a onda de violência no bairro com receio de sofrer algum tipo de represália pela parte dos faccionados.
Mais assassinatos
Além do caso da Vila Cascavel, a polícia registrou, também, na noite de terça-feira, 16, mais dois homicídios dolosos ocasionados por arma de fogo. O delegado Felipe Freitas informou que um homem não identificado invadiu a residência de Ronald Cantanhede, na Maiobinha, e instalou um clima de pânico. O criminoso baleou Ronald Cantanhede na perna esquerda e no tórax na frente de sua esposa.
A vítima ainda foi levada pelos socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital Socorrão II, mas morreu antes de ser submetido a tratamento cirúrgico. O corpo da vítima foi removido para o Instituto Médico Legal (IML), no Bacanga, para a autópsia e no período da manhã de ontem foi liberado para os familiares.
O delegado disse que a vítima tinha passagem pela Justiça. Um menor de idade chegou a ser apreendido por uma guarnição da Polícia Militar como suspeito do crime, mas foi liberado depois da oitiva por ter ficado comprovado que ele não teve participação nessa ação criminosa.
A outra vítima foi Antônio Neves da Silva, de 29 anos. Há informações de que ela foi baleada dentro de sua residência, no bairro do Maracanã, por quatro criminosos. Antônio Neves ainda foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Maracanã, mas já chegou sem vida. A delegacia da área está investigando esse assassinato.

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